Eu muitas vezes não meço as conseqüências dos meus atos e me odeio por isso também, sou irresponsável, sou carente, sou obsessiva, simplesmente ajo como se nada mais importasse, como se eu não fosse receber em troca o resultado, simplesmente jogo tudo pro ar, numa atitude homicida com meus esforços de fazer tudo o melhor possível, às vezes me sinto tão indigna de tantas coisas, pessoas, privilégios. Que apenas tenho vontade de desistir de tudo, de simplesmente destruir tudo que eu construi com esforço. Derrubar aquelas ‘paredes de proteção’ que às vezes construímos ao nosso redor e dizer que não agüento mais ser forte, que não agüento mais lutar.
Eu me afasto das pessoas que eu mais deveria me apegar nos momentos difíceis, mas eu sou assim, meio ingrata por natureza, e nas horas em que a coisa aperta corro pra ficar o mais longe de tudo e de todos, me tranco no meu quarto abafo o choro com o travesseiro e me derramo em lágrimas, simplesmente sem forças, sem ânimo, sem cara pra procurar ajuda, sem saber o que dizer, com medo de incomodar, com medo de me mostrar tão fraca e dependente, com vergonha de mim mesma.
Sempre achei que fosse fácil conversar, mas não é. É complicado falar dos nossos erros, sobre aquele assunto que já foi debatido muitas vezes, mas ainda continua a nos incomodar, dos nossos medos infantis, do que nos incomoda sobre aquela pessoa que nós lutamos pra não magoar, de certas coisas que só quem já passou é que entende, daquela saudade que não podemos medir, daquelas situações que não podemos mudar, enfim. E há certos assuntos que não costumo conversar com ninguém, me incomodam demais, mas eu queria que vissem isso, sem que eu precisasse dizer, que olhassem pra mim e perguntasse o que me incomoda, ou que simplesmente estivessem ali. Muito dificilmente alguém nota, sobretudo aqueles que mais queríamos que se importassem e isso ajuda muito a piorar a situação. Principalmente quando tentamos remediar, mas nada adianta, passamos a dar ‘pistas’, mas ainda assim ninguém nota, ou procura ir mais a fundo, ou quando o máximo que se escuta é um ‘é assim mesmo, vai passar’
Eu muitas vezes tento, tento mesmo, de verdade ser forte, mas eu me sinto tão fraca, tão inútil, tão nada, e às vezes me desespero, acho que não tem mais jeito, que não dá mais, que está tudo perdido, e sou desesperançosa.
Até aquele momento em que eu desisto, em que começo a achar que tudo só foi uma bobagem, que afinal de contas vai passar mesmo, como disseram e que é melhor desistir daquilo tudo, porque afinal de contas, nem era nada sério mesmo, e começamos a dar aqueles sorrisos forçados e aprender a mentir muito bem, sobretudo certificando aos nossos amigos que está tudo bem mesmo, que tudo está um mar de rosas.
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